PLANOS
Plano Básico ou Plano Bronze. Plano Prata ou Plano Plus e Plano Ouro ou Plano Premium
Doente, sem recursos, exposto ao abandono,
Do leito \u00e0 cabeceira os filhos recostando-se,
\u00a0\u00a0\u00a0 Extorcem-se de fome.
\"Papai um p\u00e3o \u2014 papai \u2014 exclamam esses l\u00e1bios
Que a ta\u00e7a do infort\u00fanio estr\u00e9iam no libar,
\"Papai, mam\u00e3e \u00e9 m\u00e1, o p\u00e3o mam\u00e3e esconde-o,
\u00a0\u00a0\u00a0 Pede-lhe o p\u00e3o \u2014 oh! pai!\"
E a mulher infeliz, vertendo amaras l\u00e1grimas
Como louca vagueia opressa pela dor;
E aos c\u00e9us conforto roga, ao desespero al\u00edvio
\u00a0\u00a0\u00a0 Implorando-o debalde!
Quantas vezes, oh! Deus abriu ela o arm\u00e1rio
Contemplando-o vazio! e quantas a lareira
Sem nada mais achar, exclama genuflexa:
\u00a0\u00a0\u00a0 \u2014 Protege-nos oh Deus!
Enquanto atordoado o triste prolet\u00e1rio
Revolve-se a gemer e sem poder dormir,
Os m\u00edseros filhinhos famintos e esqu\u00e1lidos
\u00a0\u00a0\u00a0 Lastimam-se chorando.
A noite desenrola a negra enorme t\u00fanica
Sobre \u00e1ureos pal\u00e1cios e tristes pardieiros,
Em uns qu\u00ea de folguedos, em outros qu\u00ea de ang\u00fastias
\u00a0\u00a0\u00a0 Travam-se \u00e0 sua sombra!
Ai, quanto dissabor esmaga o oper\u00e1rio
Quer no leito dolente ou ainda na oficina,
Quanto esc\u00e1rnio, meu Deus, \u00e0s faces arremessa
\u00a0\u00a0\u00a0 Est\u00fapida vaidade!
Tragando humilha\u00e7\u00f5es, exposto \u00e0s intemp\u00e9ries,
\u00c0 fome, frio, chuvas e outras mil agruras,
Eis do mais inditoso, infeliz oper\u00e1rio
\u00a0\u00a0\u00a0 Horribile exist\u00eancia!
Novos S\u00edsifos a rolar ingl\u00f3rios
O seixo enorme de um trabalho insano,
Quando tombam no leito \u2014 uma trindade abra\u00e7a \u2014
\u00a0\u00a0\u00a0 Mis\u00e9ria, esc\u00e1rnio e dores!
As m\u00e3os cheias de calos, as m\u00e3os que nobilita
Na lima, no martelo, na serra e na bigorna,
Colhem palhetas de ouro e como as conchas n\u00edveas
\u00a0\u00a0\u00a0 Pr\u00f3digas emergem p\u00e9rolas!
Letras, artes, com\u00e9rcio, ind\u00fastrias e ci\u00eancias
N\u00e3o prescindem do bra\u00e7o invicto do trabalho,
E quando a p\u00e1tria ultrajam, l\u00e1 corre o oper\u00e1rio
\u00a0\u00a0\u00a0 Defende-a te morrer!
Honrando do progresso o prefulgente l\u00e1baro,
Na vanguarda marchai dos grandes combatentes
At\u00e9 que um dia reconquisteis imp\u00e1vidos,
\u00a0\u00a0\u00a0 Lib\u00e9rrimos direitos.
O sol que doura os montes espraia os raios \u00edgneos,
Beijando as vossas frontes ungidas de suor;
Quando amortece a flama, no horizonte atufa-se,
\u00a0\u00a0\u00a0 Sa\u00fada-te oper\u00e1rios<\/span>
Fonte: Copacabana.com http:\/\/www.copacabana.com\/r-otavi.shtml<\/i><\/span><\/p><\/td><\/tr><\/tbody><\/table>","indexed":"1","path":[29,45,49],"photo-thumb":null,"sdescr":"Otaviano Hudson, jornalista e poeta brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro (1837-1886). Come\u00e7ou a carreira como... ","tags":[],"extracats":[],"request":"public","redir":null,"type":"showroom"},w.pageload_additional=[],w.cg_webpartners_dl=!0,w.cg_holiday=0;})(window,top) Começa na Rua Tonelero e termina após a esquina com a Rua Maracanaú. Otaviano Hudson, jornalista e poeta brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro (1837-1886). Começou a carreira como tipógrafo na Tipografia Nacional. Autor da obra Peregrinas (1874), publicou ainda durante alguns anos no Jornal do Comércio uma composição poético-satírica intitulada Musa do Povo. Otaviano Hudson morreu no Rio de Janeiro, aos 49 anos. O Operário (Fragmentos) Fonte: Copacabana.com http://www.copacabana.com/r-otavi.shtml
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Rua Otaviano Hudson
Começa na Rua Tonelero e termina após a esquina com...
Rua Otaviano Hudson
Doente, sem recursos, exposto ao abandono,
Do leito à cabeceira os filhos recostando-se,
Extorcem-se de fome.
"Papai um pão — papai — exclamam esses lábios
Que a taça do infortúnio estréiam no libar,
"Papai, mamãe é má, o pão mamãe esconde-o,
Pede-lhe o pão — oh! pai!"
E a mulher infeliz, vertendo amaras lágrimas
Como louca vagueia opressa pela dor;
E aos céus conforto roga, ao desespero alívio
Implorando-o debalde!
Quantas vezes, oh! Deus abriu ela o armário
Contemplando-o vazio! e quantas a lareira
Sem nada mais achar, exclama genuflexa:
— Protege-nos oh Deus!
Enquanto atordoado o triste proletário
Revolve-se a gemer e sem poder dormir,
Os míseros filhinhos famintos e esquálidos
Lastimam-se chorando.
A noite desenrola a negra enorme túnica
Sobre áureos palácios e tristes pardieiros,
Em uns quê de folguedos, em outros quê de angústias
Travam-se à sua sombra!
Ai, quanto dissabor esmaga o operário
Quer no leito dolente ou ainda na oficina,
Quanto escárnio, meu Deus, às faces arremessa
Estúpida vaidade!
Tragando humilhações, exposto às intempéries,
À fome, frio, chuvas e outras mil agruras,
Eis do mais inditoso, infeliz operário
Horribile existência!
Novos Sísifos a rolar inglórios
O seixo enorme de um trabalho insano,
Quando tombam no leito — uma trindade abraça —
Miséria, escárnio e dores!
As mãos cheias de calos, as mãos que nobilita
Na lima, no martelo, na serra e na bigorna,
Colhem palhetas de ouro e como as conchas níveas
Pródigas emergem pérolas!
Letras, artes, comércio, indústrias e ciências
Não prescindem do braço invicto do trabalho,
E quando a pátria ultrajam, lá corre o operário
Defende-a te morrer!
Honrando do progresso o prefulgente lábaro,
Na vanguarda marchai dos grandes combatentes
Até que um dia reconquisteis impávidos,
Libérrimos direitos.
O sol que doura os montes espraia os raios ígneos,
Beijando as vossas frontes ungidas de suor;
Quando amortece a flama, no horizonte atufa-se,
Saúda-te operários